quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Conexão Jacareí – Nova Zelândia: Mathias e o rugby

Pedro Corat, assessor de comunicação do Jacareí Rugby



Mathias na seleção brasileira
O rugby sempre foi uma das coisas mais importantes na vida de Matheus Daniel, o Mathias. Atleta de Jacareí, ele desde cedo se destacou no esporte e, por conta disso, acumula passagens por São José, Desterro e Curitiba, três dos quatro semifinalistas do Super 10 2014, além de presença constante nas seleções de Sevens e XV.

Porém mesmo com toda essa experiência ele sentia que faltava algo em seu pleno desenvolvimento como jogador de rugby. De volta ao Jacareí Rugby, Mathias queria aprender ainda mais e reverter seu conhecimento para o clube.

Foi então que em maio de 2014 ele tomou uma atitude: entrou em contato com o Belfast RFC, da cidade neozelandesa de Christchurch, sobre a possibilidade de passar um tempo jogando por lá. Foi aceito, juntou suas economias e embarcou sozinho e sem falar inglês direito para praticar rugby e trabalhar do outro lado do mundo.

Mathias conversou conosco às vésperas de disputar a decisão da Taça Tupi pelo Jacareí Rugby.

Por que você tomou a decisão de ir para a Nova Zelândia? Como foi o processo desde o começo?

Desde que comecei no rugby acompanho o jogo da Nova Zelândia, principalmente pela TV, e sempre me encantou muito o estilo deles, de combinar força física com habilidade de bola. Fiz uma viagem pra lá com a seleção de Sevens e pude ver mais de perto como era o país e o rugby lá. A partir de então comecei a considerar a possibilidade de morar lá um tempo para jogar rugby e fiz o contato do clube através dos treinadores da seleção de XV, que são de lá, do Cruzaders. Consegui o clube e eles me arrumaram emprego e um lugar para morar.

E o período de jogos e treinos por lá?

Mathias e Cruz: Jacareí Rugby na NZ
Fiquei lá quatro meses, foram dez finais de semana seguidos com jogos, sendo dez jogos no total. Joguei todos os tempos de todos os jogos, consegui aprender muito, somar bastante no meu currículo como jogador e treinador, e também absorver muito da cultura do rugby. Voltei um pouco mais cedo para jogar a reta final da Taça Tupi e para disputar amistosos com a seleção de XV, e além disso também consegui a convocação pra seleção de Sevens.

Como era seu o dia-a-dia lá? Como eles encararam um brasileiro que chegou lá na raça para jogar rugby?

Estranharam um pouco no começo, porque estão acostumados com brasileiros que vão para lá jogar futebol. Mas me receberam muito bem, me arrumaram emprego, me deram estrutura para morar em uma casa muito boa, tinha um quarto só pra mim, tinha uma pessoa que fazia minha comida e lavava minha roupa, fui super bem acolhido, inclusive tiveram paciência comigo porque meu inglês não era muito bom. Tive um pouco de dificuldade com o frio, era bem difícil para treinar. O dia-a-dia era basicamente ir do trabalho pra academia e da academia pro treino, jogava aos sábados, domingo pela manhã ia na igreja e domingo à tarde era livre.

Na sua chegada ao clube foi preciso se adaptar, fazer algum tipo de desenvolvimento, ou você já chegou e foi jogar com eles?

Cheguei numa fase em que o clube estava precisando de jogadores, principalmente na minha posição, que é terceira linha. Cheguei numa quarta-feira e na quinta já fiz um treino e eles acharam que eu tinha capacidade para jogar no primeiro time e, desde então, entrei jogando em quase todos os jogos.

E você conseguiu se destacar lá entre eles?

Acredito que sim, acredito que consegui representar bem o Jacareí, fazer um bom trabalho. Consegui ser o melhor em campo em dois jogos dos dez que fiz, em um deles foi até engraçado, fazia duas temporadas que o Belfast não ganhava um jogo no campeonato e quando nós ganhamos eu fui escolhido o melhor do jogo, acredito que pelo número de tackles. Então pude fazer um bom papel lá representando Jacareí.

O que você leva dessa experiência para sua vida principalmente, mas também na continuação do trabalho aqui no Jacareí Rugby?

Mathias jogando a Taça Tupi
Cresci muito como pessoa. Fiquei lá sozinho, sem poder falar português, sem ter com quem me abrir, era só eu e Deus. Então aprendi a valorizar as mínimas coisas, quem trabalha duro, ser educado com as pessoas. Valorizei muito a criação que meus pais me deram, fui inclusive elogiado por isso lá, então agradeço a meus pais. Devo muito disso ao rugby também, ao Edis (Abrantes, gestor administrativo do Jacareí Rugby) e ao Julio (Faria, coordenador técnico do Jacareí Rugby), que sempre me ensinaram a ser um bom cidadão e um bom atleta. Na vida esportiva com certeza acrescentou muito, o jogo lá é muito mais rápido, agressivo e forte e estou tentando empregar isso aqui e passar aos meus companheiros.

O Jacareí Rugby tem patrocínio da Prefeitura de Jacareí, CCR NovaDutra, CNA Inglês Definitivo, Plani, Colégio Antônio Afonso, Vale Construir Resende, Aliança Francesa e JP Editora, além de NS, Instituto Abaré e EDP com apoio do Instituto EDP, uma realização da Associação Esportiva Jacareí Rugby e Governo do Estado de São Paulo, através da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude por meio da Lei Paulista de Incentivo ao Esporte.

Obrigado pelo suporte e torcida dedicados ao Jacareí Rugby!

Para visualizar mais fotos e maiores informações do Jacareí Rugby: facebook.com/jacareirugby e www.jacareirugby.com.br

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Crédito fotos: arquivo pessoal Mathias

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